Alimentação de bovinos durante o inverno

Alimentação de bovinos durante o inverno merece total atenção devido à escassez dos pastos durante este período, o que pode causar grande impacto dos animais resultando inclusive na perda de peso do rebanho em geral.

No último artigo publicado, o Blog Agrocampo Giordani trouxe uma reportagem especial sobre o crescimento de animais vivos exportados para outros países e como eles são tratados durante o processo. Esse amplo resultado está ligado diretamente à qualidade dos animais. Por isso, a escassez de pastos – responsável por nutrir boa parte das necessidades alimentares dos bovinos deve ser olhada com atenção pelos pecuaristas para não causar impactos negativos na produção final do rebanho.

Acesse aqui a matéria na íntegra sobre Exportação de gado vivo no Brasil. 

Entre os principais pontos de apoio, a fim de evitar a perda de peso do gado, estão à adoção de algumas técnicas aliadas a suplementação, capaz de corrigir a deficiência nutricional dos animais, contribuindo para a elevação do metabolismo atingindo assim, melhores índices produtivos.

Essas estratégias de alimentação de bovinos durante o inverno podem contribuir para regular a oferta e a qualidade da matéria seca a ser consumida pelos animais que manterão o ganho de peso atendendo as expectativas dos pecuaristas.

Pesquisas apontam que em algumas regiões, alguns animais podem perder mais de 80 Kg durante o inverno. Por isso é ideal seguir algumas dicas para que isso não aconteça.

Dicas de alimentação de bovinos durante o inverno

Alguns dos principais cuidados com a alimentação de bovinos durante o inverno foi tema de um artigo publicado pelos médicos veterinários Frederico Osório Velasco e Leandra Queiroz de Melo.

Segundo eles, aproximadamente 96,5%  do  rebanho  nacional  tem  como principal fonte de alimentação os pastos. Mesmo os 3,5% restantes criados em outras condições de alimentação como o confinamento, acabam, em algum momento da vida, utilizando as pastagens como fonte de alimentação.

“O crescimento e a produção de biomassa  vegetal  é  controlada  por  variáveis edafoclimáticas – características definidas através de fatores do meio tais como o clima, o relevo, a litologia, a temperatura, a umidade do ar, a radiação, o tipo de solo, o vento, a composição atmosférica e a precipitação pluvial, ocasionando  uma  produtividade  sazonal,  além  do  grande  efeito  sobre  o  valor  nutritivo  da massa forrageira. Dessa forma, na exploração da pastagem, seja extensiva ou intensiva, haverá sempre um período de produção abundante de forragem, nas águas, e outro de escassez, na seca”, destaca.

Silagem

Além disso, os pesquisadores apontaram que a “adoção de algumas técnicas conservacionistas como ensilagem e/ou fenação podem  corrigir  deficiências nutricionais permitindo atingir índices produtivos desejados”, destaca os pesquisadores”.

O uso da silagem está entre as alternativas sugeridas de alimentação de bovinos durante o inverno. Conforme apontou o estudo, a silagem está entre as principais formas de suplementação de volumosos para o rebanho bovino nacional.

“O fornecimento de silagens de melhor valor nutritivo pode contribuir para a  redução  dos  custos  com  a  alimentação  dos  animais.  O  valor  nutritivo  da silagem está diretamente relacionado à composição e à digestibilidade da forrageira original, e a ensilagem tem como objetivo reter o máximo de nutrientes digestíveis da forragem original na  sua  forma  conservada.  Para  tal,  a  ocorrência  de  um  processo  de  fermentação é fundamental”, mostraram.

Sorgo

Outro destaque foi sobre a utilização do sorgo – planta de origem africana e asiática que apresenta alta resistência à desidratação por ser fibrosa e muito extensa podendo atingir até 1,5 metros de raízes.

“A silagem de sorgo apresenta  várias  vantagens  quando comparada  à  silagem  de  milho,  incluindo  menores  custos  de  produção,  maior  tolerância  a estiagem, assim como melhor capacidade de se recuperar após longos períodos de estiagem e maior produção de matéria seca sob estas condições”, apresentou.

Capim Elefante

A espécie é nativa da África e apresenta grande rendimento forrageiro além de ser muito vigorosa e boa palatabilidade. A planta apresenta excelente resistência às condições climáticas e alta capacidade fotossintética.

“Um dos grandes problemas enfrentados é que a oferta de capim  elefante  ocorre  junto  com  a  oferta  de  pastagem  durante o  período chuvoso onde existe a abundância de alimento. Já na seca, devido às condições climáticas (frio, pouca luminosidade e água) predomina a escassez de alimento e o capim também não cresce”, destaca.

Vale ressaltar que a conservação do capim elefante produzido na estação chuvosa pode ser encarada como alternativa para suprir a escassez de volumoso na época seca.

 Cana‐de‐Açúcar

Sim, a cana‐de‐açúcar está na lista dos alimentos usados como alternativas para o período de inverno. O alimento se destaca pela elevada produção de matéria seca e por ser uma cultura considerada fácil  de  conduzir, de boa  aceitação por parte dos bovinos e que apresenta ainda alto teor de carboidratos  solúveis.

Os pesquisadores orientam que “durante a escolha da variedade além das  características  nutricionais,  é  desejável  que  a  cultivar  apresente  as  seguintes  características agronômicas: boa produção de massa e bom perfilhamento, longo período de  utilização  e  longevidade  do  canavial,  ausência  de  joçal  e  florescimento,  desfolha  natural  ou  fácil, colmos longos e entre nodos curtos, resistência à pragas e acamamento”, afirma.

Suplementação concentrada

A utilização de suplementos  proteínados  ou  energéticos  como  alternativa  de alimentação permite  corrigir  possíveis  deficiências  nutricionais de alimentação de bovinos durante o inverno proporcionando ainda o aumento do consumo  de  matéria seca  energia  e  proteína.

Esta prática pode refletir também no aumento do desempenho dos animais resultando na elevação da lotação, maior produção de carne e  leite por hectare, melhor qualidade de carcaça e leite, recuperação de escore corporal, maior  eficiência  reprodutiva, aumento  da  persistência  da  lactação e  redução  do  tempo  de  recria e  terminação.

Já a suplementação mineral de  bovinos  criados  em  sistema  de  pastejo  no  Brasil  ainda é considerada deficitária. Mesmo em  pastagens  bem  manejadas,  parte  das  exigências  de  minerais  não  são  supridas  inteiramente.

Cerca de 70% dos animais não recebem suplementação mineral considerada adequada, por isso, a complementação dos suplementos  minerais deve ser avaliada com extrema atenção.

O Blog também já abordou este assunto, leia aqui a matéria: Sal Mineral para Bovinos – Como Usar?

“Os minerais possuem papel central  no  metabolismo  animal,  desempenhando  funções  tanto  estruturais,  quanto  bioquímicos  e  metabólicos.   O uso  de  suplementos,  concentrados  e  aditivos,  adequados  aos  objetivos  da  exploração  e  exigência animal em questão, além da qualidade e origem dos mesmos são fatores de sucesso  na pratica de suplementação para os bovinos seja energética, proteica ou mineral”, reforça.

Suplementação Injetável

Especialistas em nutrição animal reforçam que a suplementação injetável tem como propósito suprir a carência de vitaminas e aminoácidos dos animais. O uso dessa suplementação é recomendado para animais que apresentam fraqueza, recém-nascidos que não tenham recebido colostro, além de auxiliar o desenvolvimento dos animais em fase mais nova auxiliando no tratamento de doenças infecciosas.

Outro ponto positivo da suplementação injetável é o auxiliar o crescimento e a engorda mais célere dos animais, além de melhorar a fertilidade das fêmeas e aumentar a natalidade do rebanho.

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