10 dicas para fazer o controle estratégico do carrapato bovino

carrapato bovino (Rhipicephalus (Boophilus) microplus) é um parasita já muito conhecidos pelo criador. No verão, suas superpopulações causam verdadeiros prejuízos no campo. Estima-se que as perdas ocasionadas pelo carrapato, entre doenças transmitidas e redução no rendimento do animal superem os 3 bilhões de dólares anualmente.

Diante desse número, várias medidas são empregadas pelo produtor para controlar as infestações. Até o momento, pesquisadores descobriram algumas boas práticas que podem ajudar a diminuir o problema. Mesmo que ele nunca possa ser totalmente exterminado.

Nessa lista, você confere 10 dicas de controle estratégico que podem te ajudar a diminuir os prejuízos causados pelos carrapatos.

Ciclo do carrapato

Primeiro, é preciso abordar o ciclo do carrapato para justificar algumas ações de controle do carrapato bovino. As fêmeas dos carrapatos são os indivíduos gordos e grandes. Elas vão para o solo e escolhem um lugar sombreado e úmido para colocar seus ovos e chegam a pôr mais de 2 mil ovos por vez. Protegidas pela cobertura vegetal, as larvas eclodem e dão origem aos micuins, como são chamados carrapatos filhotes. A partir de então, eles infestam os animais e levam de 21 a 23 dias para se tornarem adultos.

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Treinamento, equipamento e estrutura

É importante revisar todo o controle de carrapatos do zero para tornar o processo realmente mais eficaz. Como está o treinamento, seus equipamentos e a sua estrutura na hora de realizar o combate do carrapato?

A manipulação inadequada dos produtos compromete todos os resultados, diminuindo a efetividade do seu investimento. A equipe precisa conhecer as normativas técnicas para pulverizar os animais. Além disso, os pulverizadores ideais são os agrícolas; bombas costais e lavadoras de pressão não surtem o mesmo efeito. Escolha também um local apropriado.

Carrapato bovino Foto Embrapa
Foto: Embrapa

Rotação de pastagens

Pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS) recomendam a rotação de pastagens para o carrapato bovino ser eliminado do solo. A metodologia proposta levou em consideração 100 animais europeu x zebu e sugere dividir em quatro espaços uma área fixa de 100 hectares. Neles, os animais em recria vão ficar em cada piquete por um período de 30 dias durante 90 dias.

De acordo com os pesquisadores, o prazo de 90 dias que levará até o retorno dos animais ao primeiro piquete atende ao período máximo de sobrevivência das larvas infestantes. A incidência do sol mata ovos e larvas de carrapatos que ainda estejam no local.

A medida visa aumentar a produtividade do animal ao final da recria e diminuir o investimento em controle químico. Também prevê menor contaminação ambiental, da carne e do leite.

Manejo de resistência

Com o tempo, o carrapato bovino adquire resistência contra os agentes químicos. Essa é a hora de trocar o produto. Para saber se os carrapatos estão resistentes, é possível fazer um teste bem simples.

Colha 30 fêmeas que estejam cheias de sangue e as divida em dois grupos de igual tamanho. Coloque o primeiro grupo durante 5 minutos na solução que será usada para banhar os animais. Já o segundo grupo deve ser colocado em água, pelo mesmo tempo. Depois, coloque os grupos em caixas de fósforo ou recipientes plásticos, na sombra.

Depois da primeira semana, se não houver resistência ao produto, as fêmeas banhadas terão morrido ou colocado poucos ovos, escuros e secos. Como comparativo, as fêmeas não banhadas vão colocar muitos ovos, aderidos, brilhantes e de coloração marrom-clara.

A Embrapa também oferece o Teste de sensibilidade de carrapatos a carrapaticidas gratuitamente.

Teste sensibilidade a carrapaticida
Foto Embrapa

Doenças oportunistas

A presença de carrapatos pode abrir espaço para a entrada de doenças oportunistas. Entre elas, bicheiras, anemia, infecções e a mais temida de todas: Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Fique atento aos sinais de febre, anorexia, depressão e fraqueza.

Carrapato bovino abre espaço para doenças oportunistas

Não elimine tudo

O carrapato bovino é o principal vetor da Tristeza Parasitária Bovina. Portanto, o controle deve ser feito para impedir as grandes infestações. Mas estudos mostram que um pequeno índice de parasitismo (5 carrapatos por animal) ajuda os bezerros a adquirirem resistência imunológica à TPB.

Atenção com vacas em lactação

Escolha carrapaticidas de curta duração para vacas em lactação, a fim de não comprometer a qualidade do leite com produtos químicos. Já o restante do rebanho recebe tratamento para 28 dias, correspondente ao ciclo de vida do carrapato.

Controle de carrapato bovino em vacas em lactação

Biocarrapaticidas

Alguns estudos também mostram que biocarrapaticidas feitos à base de óleos essenciais de plantas também podem oferecer bons resultados. Mas ainda não há estudos que se aprofundem o suficiente no assunto para que isso se torne uma ampla recomendação.

Vacina contra carrapato bovino

Existem algumas vacinas disponíveis no mercado que prometem proteger os animais contra o carrapato bovino. Estudos mostram que as vacinas podem ser eficazes, mas apontam a necessidade de pesquisas mais específicas para comprovar seu desempenho. Além disso, o custo financeiro delas ainda não oferece viabilidade financeira que justifique a sua utilização.

Tratamento correto

Existem várias maneiras de fazer o controle do carrapato: pulverização, banhos de imersão, aspersão, pour-on e de forma injetável.   A escolha do método correto deve ser feita por meio do carrapaticidograma, para verificar a eficácia do tratamento.

  • Pulverização e Aspersão

Nesses dois métodos, o animal deve ser completamente banhado, com atenção especial às áreas com maior concentração de carrapatos.

  • Injetáveis

Esse tipo de carrapaticida pode deixar resíduos no leite e não é recomendado para vacas em lactação ou bezerros com menos de 4 meses.

  • Pour on

Os produtos pour on apresentam a vantagem de terem maior durabilidade no efeito. Devem ser derramados diretamente no dorso dos animais (do cupim ao rabo).

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