Receber um diagnóstico de cinomose é sempre um impacto. Sabemos que não é só o cãozinho que sofre nessa hora – o tutor também fica preocupado, com razão. Essa é uma das doenças virais mais graves que atingem os caninos, com taxa de mortalidade que vai de 30% a 70% dos casos. Em risco à vida do animal, fica atrás somente da raiva. Apesar disso, a cinomose tem cura, pode e precisa ser tratada! Conheça mais sobre essa doença e veja como cuidar do seu cão.
Causas da doença
A cinomose é uma doença causada pelo Vírus da Cinomose Canina (VCC), que pertence ao gênero Morbilivírus (o mesmo gênero causador do sarampo), considerado altamente contagioso. O cachorro sadio se contamina a partir de secreções, fezes e urina de animais doentes.
A forma de contágio mais comum é pelas vias respiratórias, mas a infecção também ocorre pela boca, pelos olhos ou via contato direto. Como os cães contaminados liberam muitas excreções, não é de surpreender que a cinomose se espalhe com tanta facilidade.
Percebe-se um aumento dos casos a partir do mês de julho, devido ao inverno, uma vez que o vírus gosta de tempo seco e frio. Mas há relatos de surtos de cinomose em diversas cidades brasileiras durante todo o ano, mesmo no calor.
Sintomas
Apesar de causar muitos sintomas, a gravidade da manifestação da cinomose e a morte dos animais está relacionada a doenças oportunistas e lesões desencadeadas pelo vírus no Sistema Nervoso Central dos animais.
Os principais sintomas são:
- Apatia
- Perda de apetite
- Diarreia
- Vômito
- Febre
- Secreções oculares (remela em grande quantidade)
- Secreções nasais (pus)
- Convulsões
- Paralisias
- Tiques nervosos
Geralmente, as fases iniciais da doença podem ser percebidas quando o cachorro está com muita remela, deixa de abanar o rabinho, desiste da comida, e tem vômito ou diarreia persistentes. Em muitos casos, esses indícios ocorrem por um período de dois ou três dias e cessam. Depois de alguns dias, voltam ainda mais fortes. Por isso, é preciso prestar socorro o quanto antes.
Estudos também mostram que, quando a resposta do sistema imunológico do animal é lenta ou parcial, os sinais clínicos podem não ter uma evolução normal. Nessas situações, a doença se manifesta em sua forma mais grave sem ter levantado suspeitas. Como o vírus se instala no sistema nervoso, isso pode resultar em inflamação no cérebro e na medula espinhal do cachorro, levando a convulsões, paralisias e tiques nervosos de imediato.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico clínico é feito com base em exame físico, de sangue e exames complementares se necessário. Essa etapa é fundamental para que o veterinário encontre o tratamento adequado . A terapia precisa ser iniciada imediatamente para dar mais chances de cura ao animal!
O veterinário pode optar pela medicação intravenosa e deixar o cãozinho internado durante alguns dias recebendo os remédios na veia e em observação.
Medicamentos amplamente recomendados para a cinomose:
- Antibióticos, que combatem doenças oportunistas como pneumonia;
- Eletrólitos, para hidratar o animal;
- Vitaminas do complexo B, que fortalecem o sistema nervoso;
- Suplementos alimentares, que fortalecem o sistema imunológico e ajudam o organismo a reagir;
- Anticonvulsivantes, como o Gardenal, caso o animal apresente convulsões.
Cuidar com bastante amor do seu animalzinho também faz a diferença na sua recuperação. Algumas dicas:
- Higienize todo o ambiente onde ele vive com desinfetante;
- Dê os remédios no horário correto, indicado pelo veterinário;
- Pode complementar a nutrição com carne ou fígado bovino, conforme orientação do veterinário;
- Manter os olhos e o nariz do animal sempre limpos, livres de secreções.
O que fazer com os outros animais
Além dos cachorros, a doença afeta leões, lobos, hienas, raposas, guaxinins, furões, focas e macacos. Mas, se você tem um gatinho em casa, não precisa se preocupar.
Agora, se o cachorro doente convive com outros cachorros, é recomendado que todos façam exame de sangue para um diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura da cinomose. Se estiverem saudáveis, é necessário vaciná-los com uma vacina de qualidade (recomendam-se sempre as importadas) a fim de prevenir o contágio.
Afinal, cinomose tem cura?
A cinomose tem cura e a recuperação está muito relacionada à resposta imunológica do organismo do cachorro. O socorro antecipado, o tratamento adequado e uma boa alimentação contribuem muito para a cura dessa doença. Há muitos casos de animais que desenvolveram todas as fases, inclusive neurológicas, e se salvaram.
Em algumas situações, podem haver sequelas, que merecem tratamento à parte. Elas ocorrem quando a cinomose ataca o sistema nervoso e paralisa membros, causa convulsões, tiques e tremores. Já existem tratamentos fisioterapêuticos e medicamentosos que dão mais qualidade de vida ao animal.
Se o seu cãozinho está infectado, lembre-se de que existem, sim, chances de que ele sobreviva. Siga todo o tratamento e faça o retorno às consultas veterinárias. Quando ele estiver curado, continue fazendo as vacinas V8 ou V10 todos os anos, em um estabelecimento de confiança. Evite também infectar outros animais com a doença. O vírus é transmissível por, pelo menos, 15 dias. Mantenha seu cãozinho isolado nesse período.
Bacana.
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